sábado, 30 de novembro de 2013

I-Fair

Essa postagem segue muito atrasada. Se trata da I-Fair, um evento organizado pela universidade, que aconteceu no dia 27 de setembro. Na I-Fair, os estudantes de intercâmbio devem representar seu país em um estande. Decoração, comida, música, jogos ou brincadeiras, tudo é válido para que os estudantes mexicanos tenham contato com essa diversidade de culturas.
Quando os estrangeiros ouvem a palavra Brasil, todos já nos dizem sobre todos os esteriótipos que carregamos: futebol, copa do mundo, samba, carnaval e caipirinha. Com tantas riquezas, é difícil acreditar que nosso país se resume nesses cinco elementos. No entanto, não encaramos isso como uma visão negativa, ao contrário, reconhecemos que cada desses elementos deve ser mais valorizado por nós mesmos e, se agrada aos gringos, é isso que vamos dar a eles! Assim, decidimos mostrar o que a gente tem de melhor. Começando pela comida: coxinha, bolinho de chuva, pão de queijo, bolo de cenoura com chocolate, brigadeiro, torta salgada, vitamina de abacate (porque aqui não se come abacate doce). Nossa mesa foi a primeira a esvaziar... E não é porque tinha pouco, ao contrário, tinha muita quantidade. É que a comida brasileira é a melhor de todas!
Tudo isso, decorado com muito verde e amarelo e ao som do nosso samba!!!
Um dica para os futuros intercambistas brasileiros: tragam o máximos de coisas que conseguirem aí, do Brasil. Muitos ingredientes, como o polvilho azedo, é difícil de encontrar aqui e temos que pagar muito mais caro por ser importado.


Estande e equipe de alunos brasileiros.


Passo a passo: como criar uma taça da Copa do Mundo.


sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Outro dia difícil...

O tão sonhado dia chegou. Foram cinco anos sonhando com esse dia e eu não estarei lá para comemorar nossa vitória. Lembro-me bem de quando chegamos, do trote que tomamos, das perguntas perguntas cabulosas que tivemos que responder nas aulas de Literatura, de nos matarmos de estudar para as provas de Linguística, de cada relatório de estágio que viramos noites escrevendo, dos apertos nas provas de Análise Sintática... uma coisa nós aprendemos: a vida é muito maior que isso!
Recordo também que na primeira semana de aula eu já falava em organizar uma comissão de formatura, que queria uma grande festa, mas muita coisa muda no meio do caminho. Nossos objetivos mudam e necessitamos tomar novos rumos. As escolhas sempre fizeram parte da minha existência. Já sofri muito com essa sina, até aprender que devemos optar pela alternativa que nos faz feliz. Agir com a sabedoria que temos no momento, sem medo de sofrer ou se arrepender. Apesar dessa melancolia toda que eu carreguei durante essa semana, eu tenho certeza que eu fiz a escolha certa!
Desejo a todos meus companheiros de curso muitas felicidades e sucesso no caminho que cada um começa a trilhar! Que possamos ser os profissionais que o Brasil necessita, que possamos fazer a diferença! Agradeço aos nossos mestres pelos ensinamentos, exemplo e motivação!
DIRETORIA, aproveitem a festa por mim!
Creio que ainda encontrarei alguns em 2014. Abraço para todos!!!


sábado, 9 de novembro de 2013

Nesta data querida...

Pela primeira vez passo a data do meu aniversário longe da minha cidade, do meu país, da minha família, amigos, enfim, de todos que eu amo. Esse é só mais um dia difícil nesse período de intercâmbio. E há quem pense que eu estou mais curtindo umas férias que estudando de verdade. Como já disse anteriormente, em um intercâmbio não se aprende só em sala de aula, tudo é aprendizado, uma viagem por exemplo. Postar fotos de viagens e passeios causa a impressão que estamos só curtindo, mas por acaso alguém posta fotos estudando, fazendo comida, arrumando casa, limpando a cozinha ou o banheiro? Pois é, no meio de aprendizado tem muita "ralação" também... Enfim, mesmo distante de tudo e de todos, essa semana tive uma prova dos rastros que eu vou deixar no México. Já começo a sentir saudades... Então, vou aproveitar essa data e passar pero dos novos amigos. Aproveito para agradecer todas as mensagens de carinho. Isso é uma prova que estamos próximos, apesar da distância.


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Día de Muertos (Dia dos Mortos)

Há muito tempo carregava em mim uma imensa curiosidade para conhecer as celebrações do Dia dos Mortos. No México, essa data é muito importante e, diferente do Brasil e outros países, não é uma data para chorar pelos antepassados e sim, festejar como se eles ainda estivessem vivos. Mas não é todo o país que comemora dessa forma. A cultura americana infiltra cada vez mais nos costumes mexicanos, como ocorre aqui na região Noreste e na região Noroeste, ambas que fazem fronteira com os Estados Unidos. Nessas regiões então, é mais comum comemorar o Halloween, em vez do tradicional Dia dos Mortos, que era comemorado pelos índios que aqui viviam. Os índios acreditavam na vida após a morte, por isso até hoje se conserva a tradição de fazer altares e oferendas aos seus antepassados, com a crença de que a alma retorna à terra entre a noite do dia 1º e a manhã do dia 2 de novembro.
Desde que aqui cheguei, procurei saber em qual parte se comemora tradicionalmente essa data e me disseram que na região central e sul do país. Pesquisando um pouco mais, descobri que nos arredores da cidade de Morelia, capital do estado de Michoacán, esse festejo é ainda maior por haver um grande investimento da secretaria de turismo para esses festejos. Sendo assim, entre o Dia de Todos os Santos e Dia dos Mortos, passamos por cinco distritos da região: Morelia, Pátzcuaro, Isla de Janitzio, Tzintzantzan e, por fim, Quiroga.

Cartaz da Secretaria de Turismo para divulgação das comemorações do Dia dos Mortos.

Mesmo tendo um conhecimento prévio do que veria, é uma coisa que choca e, ao mesmo tempo, nos encanta. Nas salas das casas e nas ruas, montam-se os altares assemelhando-se ao uso da árvore de Natal. Os altares podem conter três ou sete andares, representando o paraíso, purgatório e a vida terrena. Para isso, colocam-se nos altares elementos, como velas, flores, frutas, as comidas que a pessoa gostava e, também, objetos pessoais. Cada elemento tem o seu lugar correspondente no altar. A crença diz que a pessoa não vai retornar e comer a comida ofertada, mas provará a essência e seguirá pelo caminho iluminado pelas velas.


Alguns altares em exposição em Morelia.

No cemitério, as pessoas levam suas oferendas e passam toda a noite em vigília. É inacreditável ao ver que, mesmo fazendo muito frio, velhos, adultos e crianças permanecem ali toda a noite, enrolados em seus cobertores, orando ou dormindo sobre o túmulo de seus parentes mortos. Ao mesmo tempo em que vemos essa cena, nos arredores do cemitério há muita festa, venda dos mais diversos produtos, música, comida e, principalmente, bebida!



Vigília em um cemitério na Ilha de Janitzio.

Assim como os altares me remeteram às árvores de Natal, as caveiras de açúcar fizeram-me recordar dos novos ovos de páscoa. E descobri que aqui eles não existem! A páscoa não é uma data comemorada por aqui. As caveiras de açúcar (hoje também já existem as de chocolate), também são feitas em formas e é o doce favorito das crianças nessa época. Também há o Pan de Muerto (Pão de Morto), que é um delicioso pão doce coberto com canela e açúcar, que é vendido nessa época do ano.

À esquerda, as caveiras de açúcar e à esquerda, a forma em que são feitas.

 
Adultos e crianças se vestem de caveiras ou catrinas e saem pelas ruas.